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Sob alta nos preços de insumos e desabastecimento, lançamentos de imóveis caem 17,8% em um ano no Brasil
Sob alta nos preços de insumos e desabastecimento, lançamentos de imóveis caem 17,8% em um ano no Brasil
22/02/2021
 

Previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é de redução no número de lançamentos em 2021, mesmo com demanda favorável e tendência de crescimento nas vendas.

Brasília, 22/02/2021 – A alta nos preços dos materiais de construção e o desabastecimento ameaçam o mercado imobiliário. O setor encerrou 2020 com uma queda de 17,8% no número de lançamentos, na comparação com 2019. No mesmo período, o número de imóveis novos (apartamentos) vendidos subiu 9,8%. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), empreendimentos correm risco de paralisação em função das incertezas causadas pelos aumentos e pela falta de insumos.

Sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o apoio da CBIC mostrou que o principal problema enfrentado por empresários do setor no 4º trimestre de 2020 foi a falta ou o alto custo de matéria-prima, com 50,8% das assinalações. De acordo com dados da Fundação Getulio Vargas, a alta nos preços dos materiais em 2020 foi de 19,60%, a maior do período pós-real. Alguns insumos chegaram a registrar aumentos superiores a 50% no período.

O impacto já foi sentido em números do programa Casa Verde e Amarela, segmento mais afetado pelos aumentos, em função de suas margens, que são menores, e por possuir teto para contratação. A representatividade do programa sobre o total de lançamentos no 4º trimestre de 2020 foi de 47,1%. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 48,6%. No 3º trimestre de 2020, a representatividade foi de 54,7% e 53,0%, respectivamente.

Os dados fazem parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º trimestre de 2020. Realizado desde 2016 pela CBIC e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, o trabalho foi divulgado durante coletiva de imprensa online nesta segunda-feira (22/02). Foram coletadas informações de 150 municípios, sendo 20 capitais, de Norte a Sul do Brasil. As cidades foram analisadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.

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Apesar dos financiamentos imobiliários terem atingido recorde histórico em 2020 (R$ 177 bilhões), com recursos da poupança (SBPE) crescendo 58%, os financiamentos via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) caíram 5% no mesmo período.

 

Lançamentos

Em relação ao 3º trimestre de 2020, os lançamentos no 4º trimestre subiram 33,2%. O resultado foi positivo em todas as regiões, à exceção do Centro-Oeste, onde houve queda de 22,4% no número de unidades lançadas. O maior aumento foi observado na região Sudeste, onde o número de lançamentos subiu 49,4%, seguida pelo Sul, onde houve aumento de 46,7% nas unidades lançadas.

Na comparação com o 4º trimestre de 2019, porém, os lançamentos de imóveis (61.274 unidades) no 4º trimestre de 2020 apresentaram uma queda de 7,1%. Houve redução no número de unidades lançadas nas regiões Sul (-28,9%) e Sudeste (-9,3%) e aumento nas demais regiões. O maior aumento foi observado na região Norte (760 unidades), com 64,8% mais lançamentos que no 4º trimestre de 2019.

No comparativo de lançamentos entre 2020 (151.782 unidades) e 2019 (184.761 unidades), houve queda geral de 17,8%. A maior variação negativa foi observada na região Sul, com 10.925 unidades a menos ou 32,7% menos lançamentos em 2020, na comparação com 2019. A maior variação positiva foi observada na região Centro-Oeste, com 3.015 unidades a mais ou 24,7% mais lançamentos em 2020, na comparação com 2019.

 

Vendas

No país todo, as vendas apresentaram um aumento de 3,9% no 4º trimestre de 2020, na comparação com o trimestre anterior. O maior aumento foi observado no Sul, onde as vendas de imóveis subiram 12,9% (1.238 unidades) no 4º trimestre. No Sudeste, o aumento foi de 7,6% (2.204 unidades) no período. A maior variação negativa ocorreu no Centro-Oeste, onde as vendas caíram 12,6% (631 unidades).

Na comparação entre o 4º trimestre de 2020 e o mesmo período de 2019, as vendas subiram 6,7% e apresentaram resultado positivo em todas as regiões, à exceção da região Sudeste, onde caíram 9,0% (3.101 unidades).

No acumulado do ano, houve aumento de 9,8% (16.955 unidades) no número de unidades vendidas em todo o país em 2020, na comparação com 2019. Novamente, o resultado foi positivo em todas as regiões, à exceção do Sudeste, onde as vendas caíram 2,2%. A maior variação foi observada no Norte, com aumento de 50,1% no número de unidades vendidas, seguido do Nordeste, com aumento de 49,7%.

A oferta final de imóveis no 4º trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019, apresentou uma queda de 12,3%. Na comparação com o 3º trimestre de 2020, a oferta final subiu 4,8% no 4º trimestre.

Casa Verde e Amarela

O estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º Trimestre de 2020 também analisou a participação do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA) nas unidades lançadas e vendidas e também na oferta final de imóveis, em todas as regiões brasileiras. A representatividade do CVA sobre o total de lançamentos, no trimestre, foi de 47,1%. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 48,6%. Na oferta final, o número de imóveis do CVA representou 45,3% do total.

Consumidores

Durante a coletiva de imprensa, também foram apresentados os resultados de uma pesquisa avaliando a intenção de compra de imóveis por parte dos consumidores brasileiros. De acordo com o estudo, que contou com 1.200 participantes, essa intenção caiu 11% em fevereiro, na comparação com outubro, data do último levantamento.

Fonte: CBIC

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