Sinduscon Norte Paraná
Equipe Sinduscon Norte PR
Enviar mensagem
Notíciais
29 Nov
2023

Mercado imobiliário: 3º trimestre tem alta de vendas e queda de lançamentos

Publicado em
29 Nov
2023
Mercado imobiliário: 3º trimestre tem alta de vendas e queda de lançamentos

Brasília, 27/11/2023 – O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) registrou avanço no terceiro trimestre de 2023 em relação aos três meses anteriores e apresentou crescimento de 35,8% em lançamentos. As vendas também subiram, apontando aumento de 13% no mesmo período.

Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os dados mostram o reaquecimento do programa habitacional a partir das mudanças que entraram em vigor em julho, especialmente com a retomada da faixa 1.

Os dados divulgados fazem parte da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2023, divulgada pela CBIC, nesta segunda-feira (27), em coletiva de imprensa on-line. O estudo foi realizado em 219 cidades, incluindo todas as capitais e as principais regiões metropolitanas do país.

Apesar dos aumentos percebidos no MCMV, o número global do mercado imobiliário mostrou crescimento apenas nas vendas, de 6,5% no trimestre, em comparação com o anterior. Os lançamentos caíram 8,6% no período.

Para o economista-chefe do Secovi-SP,Celso Petrucci, os dados das vendas demonstram a aderência dos produtos às necessidades da demanda, mesmo em um trimestre com queda nos lançamentos. “O mercado vem respondendo bem. Há vendas de imóveis em construção e das unidades que foram entregues recentemente”, disse.

Para a CBIC, a queda nos lançamentos é atribuída à elevada taxa de juros dos últimos anos que, mesmo após o ciclo de queda iniciado em agosto, o mercado ainda não sentiu os efeitos no trimestre. Petrucci ainda destacou o aumento nos custos de materiais dos últimos anos e a dificuldade de reajustar o preço de venda na mesma proporção, deixando os empresários com maior cautela na hora de lançar unidades. A expectativa do setor é que os efeitos sejam sentidos no último trimestre deste ano e no primeiro de 2024.

A demora na entrada em vigor das novas regras do Minha Casa, Minha Vida também ajuda a explicar a queda nos lançamentos, segundo Petrucci. O mercado aguardava as novas regras do programa para o início do ano, mas entraram em vigência somente em julho, fazendo com que as empresas adiassem os lançamentos. “O mercado, em função de todo o descolamento de custo no passado e do atraso nas regras do MCMV, reduziu o número de lançamentos em 52 mil unidades. As empresas não conseguem se readequar do dia para a noite. Isso leva algum tempo”, comentou.

O presidente da CBIC,Renato Correia, considerou os números de vendas positivos e destacou que o mercado tem condições de voltar a crescer em 2024. “As vendas foram fortes e resilientes este ano apesar da queda nos lançamentos, mostrando que o mercado está demandante. Também temos as novas regras do MCMV e que foram importantes para viabilizar a retomada de vendas e lançamentos do programa. Estamos apostando em um cenário mais promissor em 2024. A menos que haja algum fato novo, o ano que vem vai ser melhor para mercado”, afirmou.

O índice de preços indicou importante movimento do mercado, com aumento de 3,9% no valor dos imóveis no terceiro trimestre, superando a variação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, explicou que o reajuste decorreu da recomposição de preço real e da mudança de tipo de produto lançado nos últimos tempos.

“A mudança foi resultado, principalmente, de dois movimentos, da recomposição de preço, com aumento na tabela, e da mudança de mix de produto no mercado. Foram lançados mais produtos de médio e alto padrão e com a queda que aconteceu no MCMV nos trimestres anteriores deixou o preço médio de mercado maior”, explicou.

Renato Correia destacou que desde o final de 2020, com o aumento dos insumos da construção, o INCC se manteve acima do preço. Para ele, a inversão da curva reforça a sustentabilidade do mercado. “Por um longo período ficamos pressionados pelo custo e agora o mercado está em um patamar um pouco mais amigável. Este fato demonstra saúde e capacidade para responder à demanda”, explicou.

Lançamentos

De acordo com o estudo apresentado pela CBIC, a queda no número de lançamentos chegou a 20,3% em comparação com o mesmo período de 2022. No terceiro trimestre de 2022 foram lançadas 81.0001 unidades, enquanto no terceiro trimestre de 2023, o número foi de 64.541.

Todas as regiões do país apresentaram retração nos lançamentos no terceiro trimestre de 2023, em comparação com o segundo trimestre do ano. A maior variação foi percebida na região Norte, com redução de 42,1%, seguida do Centro-Oeste (30,7%) e Sul (8,1%).

No acumulado de 12 meses foram lançadas 286.914 unidades, um dado 15,4% menor do que o acumulado anterior, quando foram lançadas 338.944 unidades.

“Nos últimos anos a curva de custos pressionou muito o mercado e os preços dos insumos desestimularam muitos lançamentos. Agora, com maior maturidade, as condições do MCMV ajustadas e com um patamar mais saudável, os lançamentos devem ser retomados. E é sempre importante lembrarmos que um mercado imobiliário saudável é fundamental para combatermos o déficit habitacional”, enfatizou Renato Correia.

Vendas

As vendas no terceiro trimestre de 2023 apresentaram melhora também em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento de 4,2%. No terceiro trimestre de 2022 foram registradas 79.101 unidades residenciais vendidas. No mesmo período deste ano o número de vendas foi de 82.385.

Quase todas as regiões apresentaram crescimento de vendas no trimestre, em relação ao anterior. A região Norte teve 12,7% de aumento; o Sudeste teve 9,7% de acréscimo e o Centro-Oeste, 5,4%. Somente a região Sul apresentou queda no período, de 0,5%.

No acumulado de 12 meses, as vendas registraram queda de 3,6% em relação ao acumulado do ano anterior, com 314.430 unidades vendidas em comparação com 326.266.

Ely Wertheim, vice-presidente da Indústria Imobiliária da CBIC, enfatizou a aderência do mercado e a capacidade das empresas de atenderem as vendas. “As vendas continuam aderentes, saudáveis, com preço sustentável. Na verdade, desde 2020, apesar dos desafios, o mercado tem respondido satisfatoriamente às necessidades habitacionais do país e das empresas de continuar sua produção de imóveis”, disse.

Oferta

A oferta final de imóveis tem apresentado queda nos últimos trimestres e aponta atenção do mercado com o estoque de imóveis. Em comparação com o segundo trimestre, a queda foi de 6,4% no terceiro trimestre. Quando a comparação é com o mesmo período do ano passado, a queda registrada foi de 10,5%.

No terceiro trimestre de 2023, a oferta foi de 272.145 unidades em todo o Brasil. No segundo trimestre de 2023, o estoque era de 290.880 unidades. O recuo em relação ao trimestre anterior foi percebido em todo o país, apontou o estudo. O Nordeste foi a região com maior queda na oferta, com 7,7%. Seguido do Sudeste (7,2%) e do Sul (6,2%).

O tempo de escoamento de oferta, considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, caso não ocorram novos lançamentos, seria de 10 meses, mostrou o levantamento.

De acordo com a pesquisa, as 17.884 unidades vendidas a mais do que lançadas, neste terceiro trimestre, contribuíram para uma queda significativa da oferta final, registrando 272.145 unidades. O estoque apontou o menor patamar desde o terceiro trimestre de 2020, destacou a CBIC.

Ely Wertheim alertou que a retração nos lançamentos e o aumento nas vendas mostram que está se vendendo o estoque de unidades e que pode ter escassez de imóveis em algumas cidades, o que preocupa o mercado. “Em algumas praças, pode ter início de ciclo de escassez, o que preocupa um pouco”, alertou.

“A construção é uma operação de ciclo longo e a reposição de uma unidade habitacional pode demorar mais de 12 meses. Então, é um número para ficarmos em alerta”, disse Renato Correia.

Minha Casa, Minha Vida (MCMV)

Com os ajustes do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em vigor desde julho de 2023, o mercado econômico mostrou recuperação, registrando 29.657 unidades lançadas pelo programa. Neste trimestre, 46% das unidades lançadas foram do MCMV. No trimestre anterior (2TRI23), o programa foi responsável por apenas 31% das novas unidades colocadas à venda. Já as vendas do MCMV representaram 36% do total no terceiro trimestre.

A oferta final registrou queda de 1,7% comparado ao segundo trimestre de 2023. O número de unidades no terceiro trimestre de 2023 chegou a registrar 75.990 de estoque, representando 28% da oferta total no país. De acordo com o estudo, considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, se não houver novos lançamentos, a oferta final do MCMV se esgotaria em 8 meses.

Petrucci reforçou que o MCMV passa por uma fase de equilíbrio, após a adequação de tetos, descontos e subsídios. “Olhando os números percebemos que o MCMV teve mais lançamentos no mês de setembro. As condições foram definidas em julho e em setembro o mercado começou a responder. É uma fase de equilíbrio do mercado. As coisas devem acontecer em um ritmo melhor a partir de agora”, disse.

Fonte: CBIC

notícias relacionadas

Veja mais notícias como essa

prédio em construção
9 Jul
2024

Redes de segurança em obras ganham normas técnicas

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou em 3 de julho duas normas técnicas relacionadas à segurança do trabalho na indústria da construção
Condomínio Horizontal
27 Jun
2024

A.Yoshii Urbanismo: construtora paranaense expande linha de negócios com condomínios horizontais

Grupo paranaense anuncia novo projeto no mercado imobiliário de alto padrão, com projeção de VGV superior a R$ 1 bilhão; primeiro lançamento contempla área de mais de 170 mil metros quadrados na zona sul de Londrina
Pessoas assistem à apresentação de lançamento da plataforma Inteligência de Mercado, organizada pelo Sinduscon, em um auditório moderno com assentos em estilo anfiteatro. No palco, um apresentador fala ao microfone enquanto uma grande tela exibe a página inicial da nova plataforma.
21 Jun
2024

Sinduscon cria Nova Plataforma de Inteligência de Mercado com insights analíticos para players do setor

Entidade inova ao reunir indicadores imobiliários em uma única ferramenta; objetivo da Plataforma de Inteligência de Mercado é auxiliar a tomada de decisão do empresário.