Londrina tem a possibilidade de despontar como pioneira na impressão de moradias
Afirmação é da pesquisadora Berenice Toralles, docente da UEL e founder da startup Ecoshelter, após o anúncio que Universidade irá adquirir impressora 3D
Quando as pesquisadoras Berenice Toralles e Luana Toralles Carbonari incubaram a startup Ecoshelter no primeiro Ciclo do Programa realizado pelo Construhub - Sinduscon PR Norte, em 2022, a solução apresentada poderia parecer algo para um futuro distante. A Ecoshelter nasceu com o objetivo de construir abrigos emergenciais através de impressora 3D para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Cerca de dois anos depois a notícia de que a Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi contemplada com recursos para a aquisição de um equipamento para esse fim foi celebrada. A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) irá disponibilizar R$ 1,2 milhão para aquisição da impressora, através do Fundo Paraná.
“Acredito que é um trabalho pioneiro, inovador, que no meu ponto de vista pode agregar muito para a cidade, colocando-a como ponto de referência nesse tipo de tecnologia”, vislumbra Berenice.
“Com a impressora aqui, as condições de ensaio de materiais ficam muito melhores. Uma coisa é fazer as pesquisas em laboratório e outra é colocar uma casa em tamanho real para ser produzida. Com uma impressora desse porte é possível entender questões que no mundo inteiro estão sendo pesquisadas. Agora no Brasil vamos poder saber na prática”, avalia o coordenador do Construhub, Murillo Braghin.
Berenice, que é docente da UEL, e coordenadora de um grupo de pesquisa com materiais cimentícios inovadores impressos, explica que os trabalhos nesse campo de conhecimento começaram há seis anos. O processo para a liberação do recurso foi iniciado em novembro do ano passado durante um evento. Na ocasião, o secretário da Seti, Aldo Bona, se interessou pelos trabalhos na área que atendem tanto a academia - dos programas de iniciação científica aos de doutorado - e tem potencial de aplicação social.
“Isso contribuirá muito para o conhecimento e a disseminação do grupo de pesquisa. O recurso foi concedido e agora a Universidade começa o processo de compra por licitação. Queremos uma impressora com grande capacidade de extrusão para imprimir de 38 a 40 metros quadrados contínuos. O processo de aquisição tem diversos trâmites e o equipamento deve entrar em atividade ano que vem”, explica a docente.
Apoio do Hub e testagem da solução
Derivada das pesquisas científicas, a startup Ecoshelter foi criada em 2022 e contou com o apoio do hub em diversas etapas, inclusive para entender a visão do mercado em relação à solução.
“O hub teve uma participação extremamente positiva. Com as consultorias, as mentoriais, a participação em duas edições da Construtech Week, nós fomos amadurecendo cada vez mais a ideia”.
A impressora 3D pertencerá à UEL e será utilizada nos trabalhos conduzidos por Berenice como docente da instituição. No entanto, ela iniciou tratativas para aproximar a startup da universidade visando firmar parceria para conseguir usar o equipamento também para realizar a testagem da solução da Ecoshelter.