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Mesmo com cenário global instável, construção civil projeta crescimento na região de Londrina
Mesmo com cenário global instável, construção civil projeta crescimento na região de Londrina
21/03/2022

 

Mesmo com pressões econômicas, como alta dos juros e guerra entre Rússia e Ucrânia, o setor segue otimista. Alta no PIB do segmento, investimentos em obras públicas e privadas justificam expectativas positivas

 

A construção civil continua firme na retomada econômica nacional, mesmo com o cenário macroeconômico passando por solavancos em contexto global. Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil tem um ano de efervescência política, com as eleições. Contexto que não deve tirar o protagonismo do setor para os próximos meses. 

Vale lembrar que em 2021, o setor atingiu o melhor desempenho dos últimos 11 anos. O PIB da atividade registrou crescimento de 9,7%.  “O PIB acumulado do Brasil no quarto trimestre de 2021 foi de 4,6%. A construção civil, por sua vez, teve um acumulado de 9,7%. Ficou à frente de todas as outras indústrias: extrativas, de transformação e eletricidade, gás, água e esgoto”, compara o presidente do Sinduscon Paraná Norte, Sandro Marques de Nóbrega.

Os números positivos são explicados principalmente pelas baixas taxas praticadas no ano passado, que estimularam a compra de imóveis.  O sul do País, por exemplo, fechou 2021 com aumento de 8,2% nas unidades habitacionais vendidas, de acordo com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil).

Neste ano, fatores externos, como o conflito na Europa que pode impactar na inflação, a alta dos juros para financiamento habitacional — que subiu de cerca de 6,5% para 9% — naturalmente devem atenuar o aquecimento da atividade. Entretanto, o setor deve seguir em crescimento. Um fator preponderante atualmente são os preços dos insumos que começam a estabilizar e até cair. Esse foi o principal entrave do segmento nos últimos anos. “O CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil) vem se mantendo estável nos últimos 6 meses, um reflexo da redução dos valores de mercado dos materiais de construção. O custo do aço, por exemplo, teve uma queda expressiva de 20% no último mês, o que é muito importante para o setor”, ressalta Nóbrega.

Apesar da perspectiva nacional de desaceleração, na região de Londrina as expectativas de crescimento são otimistas. Há previsão de investimentos em obras públicas e privadas. De acordo com o Sinduscon, construtoras e incorporadoras enxergam Londrina como uma cidade atrativa para a operação. O último levantamento entre as empresas, apurou que R$ 5 bilhões devem ser destinados à construção de moradias populares nos próximos anos.  

“As construtoras têm novos projetos e empreendimentos em construção em todas as regiões da cidade. Nós do Sinduscon observamos um movimento de aumento no número de obras com foco nas moradias populares, através do Programa Casa Verde e Amarela. Na outra ponta existe uma alta procura por imóveis de luxo, mercado que teve maior crescimento desde 2014”, afirma o presidente da entidade.

Sandro Nóbrega ainda ressalta que os investimentos em obras públicas na região são expressivos. “O Governo estadual anunciou recentemente a obra do viaduto da PUC, e há o programa Casa Fácil Paraná, que ao todo estima investir R$ 450 milhões no Estado. O ministro do Desenvolvimento Rogério Marinho, esteve na cidade e liberou recursos para 152 moradias e para saneamento. Em relação às obras públicas em andamento em Londrina, atualmente somam-se 697 mil m², entre pavimentação, hospitais, escolas, revitalizações de áreas urbanas e 37 mil pontos de iluminação pública estão sendo instalados ou revisados”.

As parcerias público-privadas, através do Programa Municipal de Concessões e Parcerias, podem gerar novos projetos de revitalização para espaços como o Ginásio de Esportes Moringão e o Autódromo Ayrton Senna. “Toda essa movimentação e números apenas norteiam que continuaremos um setor protagonista em 2022, mesmo com os desafios globais latentes e as incertezas econômicas do País”.  

 

Empregos

 

Londrina fechou o ano de 2021 com um saldo de empregos na construção civil de 1.616 novos postos de trabalho, com um total de 7.726 trabalhadores registrados. Já o Paraná encerrou o ano com 12.786 vagas criadas e um total de 152.535 profissionais com carteira assinada.  

Para os próximos meses a expectativa é que o setor se mantenha como um dos maiores na geração de emprego e renda. “Com os investimentos públicos e privados previstos acreditamos que o segmento continuará entre os líderes em contratações”, finaliza o presidente do Sinduscon.  

 

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