Notícias
Escola de Sargentos das Armas no Paraná: o que é melhor para o Estado?
Escola de Sargentos das Armas no Paraná: o que é melhor para o Estado?
05/08/2021

O Paraná na expectativa de um investimento bilionário: Londrina e Ponta Grossa disputam as atenções do Exército Brasileiro. As cidades de regiões bem distintas do Estado concorrem – juntamente com Recife (PE) e Santa Maria (RS) – no processo de seleção que vai escolher o local para a nova sede da Escola de Sargento das Armas (ESA). Uma academia militar de ensino superior que irá receber até dois mil alunos por ano, além de milhares de professores e oficiais, com suas famílias. É um aporte econômico e social que será indutor de transformações.  

O investimento inicial, apenas na estrutura da ESA, gira em torno de R$ 1 bilhão. O impacto econômico causado pelo incremento dessa nova população aqueceria a economia em diversas frentes, nas comunidades envolvidas. Além disso, a demanda seria por investimentos em toda a infraestrutura da Academia Militar e do Batalhão de manutenção da escola, em forte movimento da região escolhida. Um impacto que em médio prazo pode chegar a R$ 7 bilhões.  

Nos últimos meses, líderes políticos, poder público, empresários e sociedade civil, tanto de Londrina como de Ponta Grossa, têm se desdobrado para atender os requisitos exigidos pelo Exército. O mais importante é relativo ao terreno: os militares precisam de uma extensão de terra para prática de artilharia e exercícios militares conjuntos, e nenhuma das cidades paranaenses têm área da União ou do Exército apropriadas. Sendo assim, foram oferecidas áreas que podem ser desapropriadas pelo Governo Federal, ou como Ponta Grossa ofertou, área por troca de titularidade em dois municípios.  

Londrina, além de ter terrenos compatíveis com o projeto, conta com ampla estrutura para abrigar a ESA. É centro de referência em saúde de toda a região e também do interior de São Paulo. A cidade é reconhecida pela força do setor educacional disseminado pelas várias universidades, centros de pesquisas e desponta como polo tecnológico. Além disso, tem a vantagem de ter o aeroporto localizado dentro da área urbana e com inserção diária a toda malha aérea nacional e internacional.

O empreendimento do Exército no Paraná seria extraordinário. No entanto, quando o foco é o desenvolvimento do Estado, acredito que a implantação em Londrina tenha mais fundamentos. O Norte do Paraná é uma região menos industrializada, ainda cercada por malha viária pouco duplicada, com força no agronegócio e no comércio.

Precisamos ser francos: Londrina entrou na disputa depois das demais concorrentes e em determinado momento a participação na seleção do Exército foi colocada em dúvida. Entretanto, após o envio das informações sobre a área, visitas técnicas dos oficiais militares e a reunião com o Comandante-Geral do Exército, General Paulo Sérgio Nogueira, no dia 14 de julho, Londrina segue no páreo. Tanto que a decisão do Exército, que seria tomada neste mês, foi postergada para outubro.

Aliás, Londrina deve receber uma nova incursão técnica do Exército no dia 6 de agosto. Com a cidade pé-vermelho confirmada na disputa, torcemos para que o Governador trate as cidades com igualdade e isenção, reafirmando o discurso à imprensa de que ficará satisfeito caso qualquer uma das cidades paranaenses seja escolhida.

Por mais que ambos municípios façam articulações políticas, o que é natural, a decisão depende de análise técnica do Exército para sua Escola que se pretende secular no novo local. A cidade que atender as condições técnicas será a vencedora. Esperamos que Londrina atinja essa conquista, impactando o crescimento de todo o Estado. 

Artigo Publicado na Folha de Londrina

notícias relacionadas
Veja mais notícias como essa
Alternate Text