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Atraso na obra da Cidade Industrial de Londrina pode gerar rescisão de contrato
Atraso na obra da Cidade Industrial de Londrina pode gerar rescisão de contrato
04/08/2021

Micaela Orikasa/Grupo Folha

Representantes e fiscais da Prefeitura Municipal vão realizar uma reunião nos próximos dias para definir quais providências serão tomadas; medição aponta que apenas 6% dos trabalhos foram executados

 

Em visita à obra da Cidade Industrial de Londrina, no prolongamento da Avenida Saul Elkind (zona norte), fiscais da Prefeitura Municipal constataram que os serviços seguem em ritmo muito lento.  A expectativa na vistoria realizada nesta manhã de terça-feira (3) era que a obra tivesse avançado para 40% em execução, mas de acordo com os fiscais o índice estava próximo de 6%. Uma nova medição deverá ser realizada ainda nesta semana.  

“O que estamos observando hoje é que não existe uma força-tarefa para dar andamento ao projeto. Estamos notificando a construtora para saber quantos funcionários estão trabalhando nesta obra e vamos nos reunir com a secretaria municipal de Obras e Pavimentação, Gestão Pública e Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) para tomarmos uma providência”, disse o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Marcelo Canhada.  

De acordo com ele, a penalidade a ser aplicada à construtora Squadro, de Curitiba, responsável pela obra, pode ser desde notificações à multa e rescisão de contrato. “Eu esperava pelo menos mais funcionários e maquinários trabalhando aqui hoje, mas o relato que os fiscais que visitam a obra quase que diariamente nos dão é de que não há movimento de obra. Esse é o projeto mais importante do município, pois vai gerar crescimento econômico, gerar empregos e tem demandado um valor muito alto de recursos públicos”, destacou.  

 O investimento da Prefeitura é de R$ 24 milhões. Os serviços estavam previstos para começar em novembro de 2020, mas devido à readequação no projeto inicial, o serviço começou oficialmente em março de 2021. O prazo de execução em contrato é de 18 meses.  

No momento, a execução das obras da Cidade Industrial contempla, de forma geral, serviços de terraplenagem, corte e aterro, além de construção de galerias pluviais, incluindo preparação de solo e instalação de tubulações. Alguns pontos passam por serviços preliminares de topografia e limpeza. Em seguida, as obras avançarão para a fase de pavimentação e concretagens, entre outros trabalhos. As intervenções do projeto ainda incluem sistema de energia elétrica e iluminação pública com sistema LED, plantio de árvores e gramado, calçadas e ciclovia. 

OUTRO LADO 

A FOLHA vem acompanhando o andamento da obra da Cidade Industrial de Londrina. No mês de maio, fiscais da secretaria municipal de Obras e Pavimentação já haviam constatado "uma evolução inexpressiva na execução, representando um percentual acumulado de aproximadamente 0,80% do valor total".  

Por nota, a construtora Squadro esclarece “que os projetos de implantação dos greides da obra e drenagem foram alterados substancialmente pela Prefeitura para adequação a topografia do local, tendo sido disponibilizado somente entre os meses de março e junho do corrente ano, e ainda carentes de algumas informações.” 

Em relação ao cronograma, a contratada diz que “conforme solicitado pela Prefeitura foi apresentado um cronograma readequado em maio/2021, com as parcelas de acordo com os projetos alterados e cujo avanço contempla um percentual de 6,5% do contrato. Outro fator que vem impactando o desenvolvimento das atividades diz respeito ao grande desequilíbrio decorrente da COVID-19, com aumento sucessivos de custos dos insumos e desabastecimento de materiais, e que é objeto de análise junto aos Contratantes.” 

REAJUSTE

No começo do mês, a Squadro apresentou um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato feito com a Prefeitura de Londrina. Alegando aumento nos preços dos materiais de construção por causa da pandemia da Covid-19, como concreto, aço, alumínio e estrutura metálica da guarita, a instituição solicitou um acréscimo de mais de R$ 8 milhões. 

“Sabemos que os insumos sofreram aumento, mas no poder público o serviço tem que ser efetivado para comprovação. Ainda não temos nada definido sobre esse acréscimo de valor”, respondeu Canhada. O complexo industrial está sendo construído na região noroeste de Londrina e terá área total de 1,1 milhão de m², com estrutura para abrigar 90 empresas. A expectativa é gerar 12 mil empregos. Serão quase 400 mil m² em área a ser construída, mais de 82.500 m² apenas em pavimentação, além de áreas verdes e fundos de vale, que serão preservados.

Fonte: Folha de Londrina

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